3º Te&So de Visconde de Mauá
1º módulo – 14, 15 e 16 de novembro de 2015
Passado
o primeiro módulo, fazemos o CONVITE para o 2º módulo.
Este
Te&So é um momento paradigmático para Rui Takeguma, que recentemente
‘matou’ a Somaiê, pedagogia do observar. Ou seja, com a desistência de manter a
técnica que se afirmou como uma evolução da Somaterapia de Roberto Freire,
começa o investimento em algo desconhecido. Pode surgir uma Nova Somaiê, ou
mais provavelmente, um novo PROCESSO ainda-sem-nome.
Além de
Rui, duas crianças e duas adultas participaram do primeiro módulo. Focamos
prioritariamente em papos sobre SOMA/SOMAIÊ, CAPOEIRA e AYAHUASCA. Teve sessão
do PES (AyA) com foto PERSONA, teve vídeos, leituras e debates.
Faltou
SAUNA, Caminhadas, Toques e Treinos de Capoeira e quem sabe um rapé medicinal.
Vamos ver conforme os participantes do 2º módulo, como será a programação, que
lembrando, se propõe a se adequar as necessidades e contextos dos participantes
e suas relações com as Teorias da Somaiê. Provavelmente teremos mais uma sessão
de ayahuasca, agora na natureza do Solarium, e uma surpresa da programação
(coisas novas inclusive pro Te&So).
fotos de Rui Takeguma, e partes do Diário de Krishnamurti (das datas que acontece o evento) compõe o relato do Primeiro Módulo
fotos de Rui Takeguma, e partes do Diário de Krishnamurti (das datas que acontece o evento) compõe o relato do Primeiro Módulo
Dia 14/11 sábado
14 de novembro
Sensibilidade e sensação são duas coisas distintas. As sensações, as emoções e os sentimentos sempre deixam resíduos, cujo acúmulo acaba por deformar e embrutecer a mente. Por serem contraditórias, as sensações sempre produzem conflito e este, por sua vez, embota a mente e distorce a percepção. Apreciar a beleza das coisas em termos de sensação, de gostar ou não gostar, é o mesmo que estar insensível ao belo; a sensação distingue o belo do feio; mas a divisão é incapaz de perceber a beleza. Para eliminar o conflito, gerado pelas sensações e pelos sentimentos, foi inventada a disciplina do controle e da repressão; mas, tudo isso serve apenas para criar a resistência que, mais uma vez, intensifica o conflito, o embotamento e a insensibilidade. O santificado controle e a repressão constituem a santificada insensibilidade e brutal apatia, motivo de tanta admiração e respeito no mundo. Criam-se e espalham-se ideiais e conclusões, que só servem para tornar a mente mais estúpida e insensível. Qualquer tipo de sensação, por mais requintada ou vulgar que seja, cria a resistência, o que é de efeito mortal. Ser sensível é morrer a cada resíduo da sensação; ser sensível, de maneira absoluta e contundente, a uma flor, a uma pessoa ou a um sorriso, é estar livre das marcas da memória, responsáveis pela destruição da sensibilidade. Estar consciente de todo processo das sensações, os sentimentos e os pensamentos são sempre fragmentados parciais e, portanto, de efeito destruidor. A sensibilidade e a síntese do corpo, da mente e do coração. O conhecimento atua mecanicamente; o conhecimento, quando utilizado como prova de prestígio, gera conflito, antagonismo, inveja. Cozinhar ou governar são meras funções mecânicas, que, ao simbolizarem o status social, se transformar em motivo de disputa, de esnobismo e sociedade. A importância psicológica se atribui a função cria a hierarquia do prestígio social. Negar esta hierarquia é negar o status; existe a hierarquia da função, mas não no status. As palavras são de reduzido significado, já o fato é de plena importância. O fato jamais traz sofrimento, mas as palavras, encobrindo o fato e buscando a fuga, ocasionam indizível conflito e dor.
Sensibilidade e sensação são duas coisas distintas. As sensações, as emoções e os sentimentos sempre deixam resíduos, cujo acúmulo acaba por deformar e embrutecer a mente. Por serem contraditórias, as sensações sempre produzem conflito e este, por sua vez, embota a mente e distorce a percepção. Apreciar a beleza das coisas em termos de sensação, de gostar ou não gostar, é o mesmo que estar insensível ao belo; a sensação distingue o belo do feio; mas a divisão é incapaz de perceber a beleza. Para eliminar o conflito, gerado pelas sensações e pelos sentimentos, foi inventada a disciplina do controle e da repressão; mas, tudo isso serve apenas para criar a resistência que, mais uma vez, intensifica o conflito, o embotamento e a insensibilidade. O santificado controle e a repressão constituem a santificada insensibilidade e brutal apatia, motivo de tanta admiração e respeito no mundo. Criam-se e espalham-se ideiais e conclusões, que só servem para tornar a mente mais estúpida e insensível. Qualquer tipo de sensação, por mais requintada ou vulgar que seja, cria a resistência, o que é de efeito mortal. Ser sensível é morrer a cada resíduo da sensação; ser sensível, de maneira absoluta e contundente, a uma flor, a uma pessoa ou a um sorriso, é estar livre das marcas da memória, responsáveis pela destruição da sensibilidade. Estar consciente de todo processo das sensações, os sentimentos e os pensamentos são sempre fragmentados parciais e, portanto, de efeito destruidor. A sensibilidade e a síntese do corpo, da mente e do coração. O conhecimento atua mecanicamente; o conhecimento, quando utilizado como prova de prestígio, gera conflito, antagonismo, inveja. Cozinhar ou governar são meras funções mecânicas, que, ao simbolizarem o status social, se transformar em motivo de disputa, de esnobismo e sociedade. A importância psicológica se atribui a função cria a hierarquia do prestígio social. Negar esta hierarquia é negar o status; existe a hierarquia da função, mas não no status. As palavras são de reduzido significado, já o fato é de plena importância. O fato jamais traz sofrimento, mas as palavras, encobrindo o fato e buscando a fuga, ocasionam indizível conflito e dor.
dia 15/11 - domingo
15 de novembro
De madrugada, as nuvens envolviam os montes, os pássaros cantavam, chilreavam e guinchavam, uma vaca mugia e um cão uivava. Atrás dos montes e das nuvens o céu filtrava uma luz suave que embelezava o amanhecer. O som de uma flauta, acompanhada de pequeno tambor, vinha de um imenso ficus centenário. Emitindo acordes suaves, que pareciam penetrar em nosso ser, o som daquela flauta se espalhou por toda a região. A música era ouvida com nitidez, apesar da interferência de outros sons; as vibrações do pequeno tambor acompanhavam a melodia da flauta, juntamente com o grasnido rouco de um corvo. Todo som é penetrante: a alguns nós resistimos, a outros nos entregamos com deleite, distinguindo o agradável do desagradável e, com isso, sempre saímos perdendo. O grasnido do corvo veio com o rufar do tambor, servindo de fundo aos acordes delicados da flauta; deste modo, aquele conjunto de sons transcendia toda forma de resistência ou busca de prazer. E, nisto, havia incrível beleza, não a beleza cultivada pelo pensamento e sentimento. E com aquela música surgia repentinamente a meditação, contendo em si todas as coisas do universo, ampliando e aprofundando cada vez mais aquela explosão. Toda explosão é em si destruidora e a destruição faz parte da terra e da vida, que é o próprio amor. A nota emitida pela flauta teria o efeito de uma explosão se nós não preferíssemos levar uma vida sem riscos, mas que, por isso mesmo, se torna um enfadonho fardo. Entediados com a existência que nós mesmos criamos, tentamos inutilmente dar um significado àquela feiúra revestida de vulgar beleza. Dessa maneira, a música a ser cultivada como fonte de emoção, como o futebol ou uma missa religiosa. De ação ruinosa, a emoção e o sentimento se transforma facilmente em ódio. Mas, o amor não é mera sensação ou sentimento. Na completa atenção, sem resistência, sem nenhuma barreira, está o milagre daquela explosão, que destrói as coisas conhecidas; atentar, de maneira espontânea e natural, para aquela explosão é penetrar em regiões intangíveis e inacessíveis ao pensamento e ao tempo.
dia 16/11 - segunda
o 2 º módulo foi idealizado pro FDS seguinte ao 1º, mas pra atender as necessidades dos participantes, adiamos um pouco...